É preciso saber manter a calma quando as panelas de pressão que cozem o coração em banho-maria disparam.
É preciso conseguir contar até dez, é preciso respirar fundo até falarmos normalmente sem o nó na garganta, o estômago encruzilhado e o calor à flor da pele... É preciso saber guardar palavras no poço da raiva, gestos no fundo da alma e imagens no fundo dos olhos que as viram.
É preciso... É preciso abandonar as roupas velhas, usadas, gastas... únicas, nossas, perfeitas, secretas, inúteis, memoráveis... E assim ficar.
Assim ficar, sem precisar de mais nada.
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