quarta-feira, 28 de julho de 2010

Hoje escrevo-te mais uma das muitas cartas falhadas e sem resposta.
Hoje escrevo-te para afastar a ausência e porque preciso de abrir o meu coração magoado a alguém que o despedaçou. Começo por falar de ti: de quem foste e de quem és.
Das melhores – era assim que ainda te caracterizava –, independentemente dos caminhos que escolheres ou do que possa acontecer daqui para a frente.
Falar de ti não me completa e desisti dessa ideia. Dou asas à imaginação e vagueio rua fora.
As minhas palavras estão, neste momento, esgotadas. Perderam todo o sentido e originalidade. Um subconsciente que conheço de trás para a frente, e até mesmo da frente para trás (o teu) sabe bem o que escrevo e sabe que as ameaças que te prometo de acabar com "cartas e recados no correio" não irão acontecer, pelo menos, tão cedo.
Abro-te o meu coração, aquele que tu conheces (ou conhecias) como ninguém, e tento que te lembres das estradas infinitas que contam histórias nossas, sem fim.
O nosso lar, que diziamos ser perfeito, esse também pode contar quem fomos e em quem nos tornamos.
Quem fomos e em quem nos tornamos é engraçado, mas perde toda a piada quando encaro a realidade e percebo que tu, tu e eu, nos abandonamos.
É triste! Ridículo quem sabe..
Seja como for, deixo definitivamente de nos dar oportunidades.
Caminhos? Existem os teus e, num oposto sem encontro, existem os meus.
O tempo de eu ser tua já passou.
Foram demasiadas quedas no meio de todas as jogadas em vão.
Deixamos, então, de ser o ritmo e a poesia da minha música preferida. Deixamos, então, de ser muito para sermos nada.

Não adianta. Deixo-me ficar por aqui.

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