E, por vezes, sentes saudades minhas.
Não da pessoa que encontras em mim agora mas daquela pessoa que conheceste, daquele ser humano que julgavas conhecer de trás para a frente e que acreditaste durante algum tempo saber de cor. Mas já não tens a certeza se, algum dia, me conheceste realmente. (Julgo que não).
A nossa amizade foi intensa, mas a realidade é que as nossas prioridades mudaram numa curva e a maneira como víamos o Mundo ou como nos víamos numa retrospectiva modificou-se. A verdade é que as coisas que antes eu julgava não serem importantes, agora julgo; os assuntos em que antes não me envolvia, agora envolvo, e o contrário também aconteceu com a particularidade de que eu mudei profundamente e tu deixaste-te ficar.
E é então que eu mudo de ideias e penso que a nossa amizade talvez nunca tenha sido assim tão grande e não tenha passado somente de um fogo-de-artifício.
Não duvides de que existem dias em que me recordo das coisas que foram nossas e dos momentos que partilhámos. E acredita que eu não me arrependo de nada, porque vivi essa fase quando tinha que viver só que a vida transformou-me, modificou-me e o tempo fez-me adaptar e moldar. Mas ainda bem que assim o é. O tempo fez comigo o que não fez contigo, por isso eu mudei – admito – e talvez o problema tenha sido esse; eu mudei mas tu continuaste igual, tal e qual, sem tirar nem pôr e, provavelmente a culpa do nosso afastamento seja também ela minha.
Confesso-te, hoje, numa carta triste e sem jeito o que nunca quis confessar. Passaram a incomodar-me situações, palavras e acções que antes me passavam ao lado. Comecei a ver em ti aquilo que eu era, ou seja, aquilo que eu fui e para te ser sincera, doa a quem doer, não gostei. Não gostei do que vi. Não gostei de me ver em ti. Mas foi assim, desta maneira tão terrível, que comecei a compreender tantas outras coisas, não em ti mas sim em mim. E sei que pode parecer confuso da minha parte mas no meu ver é bastante claro. Sim, agora passou a ser tudo mais claro.
A verdade é que hoje sou feliz. Não porque uso vermelho ou porque caio a rir no chão em gargalhadas altas e sem sentido que podem incomodar quem me rodeia, mas porque consigo usar cinzento ou até preto e aprendi a rir como uma mulher adulta (que não sou) não deixando, assim, de me sentir bem num novo eu real.
O choque da mudança de cores pode ser de difícil habituação, mas a verdade é que de qualquer cor eu consigo estar bem e isso faz parte do crescimento de uma longa aprendizagem, que espero nunca acabar.
Sim, estou feliz. Estou feliz sem fogos de artifícios e sem exageros.
Espero que também estejas tão feliz quanto eu e sem fogos de artificio.
Não da pessoa que encontras em mim agora mas daquela pessoa que conheceste, daquele ser humano que julgavas conhecer de trás para a frente e que acreditaste durante algum tempo saber de cor. Mas já não tens a certeza se, algum dia, me conheceste realmente. (Julgo que não).
A nossa amizade foi intensa, mas a realidade é que as nossas prioridades mudaram numa curva e a maneira como víamos o Mundo ou como nos víamos numa retrospectiva modificou-se. A verdade é que as coisas que antes eu julgava não serem importantes, agora julgo; os assuntos em que antes não me envolvia, agora envolvo, e o contrário também aconteceu com a particularidade de que eu mudei profundamente e tu deixaste-te ficar.
E é então que eu mudo de ideias e penso que a nossa amizade talvez nunca tenha sido assim tão grande e não tenha passado somente de um fogo-de-artifício.
Não duvides de que existem dias em que me recordo das coisas que foram nossas e dos momentos que partilhámos. E acredita que eu não me arrependo de nada, porque vivi essa fase quando tinha que viver só que a vida transformou-me, modificou-me e o tempo fez-me adaptar e moldar. Mas ainda bem que assim o é. O tempo fez comigo o que não fez contigo, por isso eu mudei – admito – e talvez o problema tenha sido esse; eu mudei mas tu continuaste igual, tal e qual, sem tirar nem pôr e, provavelmente a culpa do nosso afastamento seja também ela minha.
Confesso-te, hoje, numa carta triste e sem jeito o que nunca quis confessar. Passaram a incomodar-me situações, palavras e acções que antes me passavam ao lado. Comecei a ver em ti aquilo que eu era, ou seja, aquilo que eu fui e para te ser sincera, doa a quem doer, não gostei. Não gostei do que vi. Não gostei de me ver em ti. Mas foi assim, desta maneira tão terrível, que comecei a compreender tantas outras coisas, não em ti mas sim em mim. E sei que pode parecer confuso da minha parte mas no meu ver é bastante claro. Sim, agora passou a ser tudo mais claro.
A verdade é que hoje sou feliz. Não porque uso vermelho ou porque caio a rir no chão em gargalhadas altas e sem sentido que podem incomodar quem me rodeia, mas porque consigo usar cinzento ou até preto e aprendi a rir como uma mulher adulta (que não sou) não deixando, assim, de me sentir bem num novo eu real.
O choque da mudança de cores pode ser de difícil habituação, mas a verdade é que de qualquer cor eu consigo estar bem e isso faz parte do crescimento de uma longa aprendizagem, que espero nunca acabar.
Sim, estou feliz. Estou feliz sem fogos de artifícios e sem exageros.
Espero que também estejas tão feliz quanto eu e sem fogos de artificio.
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